7/13/2015

Verão

O Verão está instalado e estamos à míngua de água. O poço não consegue acompanhar as nossas necessidades de rega e os ribeiros estão secos. Já sabia que isso poderia acontecer, mas no fundo tinha esperança que não acontecesse. Agora estamos a estudar e orçamentar soluções possíveis para termos água nos próximos Verões.
Entretanto vamos regando as árvores e a horta o mínimo possível, com água da rede, para não perdermos as plantas que já temos.

Tive uma boa colheita de beterrabas e courgettes. Ao ponto de ter de pensar em formas de as transformar, pois não conseguia consumi-las frescas ao ritmo a que se iam acumulando na cozinha. Experimentei desidratar as beterrabas no forno solar e ficaram excelentes. Com uma pitada de sal, sabem melhor que batatas fritas!


Tentei fazer o mesmo com as courgettes, mas tive mais dificuldades, por terem tanta percentagem de água. Demoram muito mais tempo a secar e ficam reduzidas a uma folha tão fina que se cola aos tabuleiros de rede. Depois de duas tentativas falhadas, optei por procurar receitas de doce de courgette, que pus em prática e ficou delicioso.

  

Hoje já colhi tomate cereja e tomate chucha, mas a quantidade é modesta e vou aguardar que amadureçam mais tomates (há muitos, mas verdes) para lhes tirar fotos. O mesmo se passa com as amoras. Há imensas silvas carregadinhas pelo tereno fora, mas a maior parte das amoras ainda está verde. Daqui a uma ou duas semanas devem estar no ponto.

Tinha semeado alguns girassóis que finalmente deram o ar da sua graça, mas vão servir basicamente para aproveitamento de sementes, se os passarocos não as comerem todas.



Por causa da falta de água, coloquei as culturas todas em standby, apesar da minha vontade de continuar a expandir a horta. Mas quando começaram a grelar umas batatas-doce que eu tinha comprado para comer, decidi aproveitar uns pneus abandonados no terreno, para experimentar a técnica de cultivo em torre. Vi algures que também funciona com batata doce. Mas já comecei mal, pois devia tê-las plantado no chão e assim desaproveitei um nível de pneu... Paciência.


Aproveitei para testar também uma técnica de rega, com garrafas PET e cones cerâmicos de enroscar, que vão libertando a água por osmose. Tinha comprado os cones há um par de anos para a minha horta de varanda e acabei por nunca os usar, até hoje. Estão agora a ser testados com as batatas-doce e algumas árvores de fruto. Se resultarem bem, gostava de comprar mais uns quantos destes cones para usarmos em plantas de acesso mais difícil, que geralmente regamos com regador e nos obrigam a algumas acrobacias. No AKI estão a vender estes cones a 7 EUR cada, mas eu lembro-me de os ter comprado no Continente em promoção, tipo fim de stock, por pouco mais de 1 EUR cada. Trouxe todos quantos havia disponíveis, infelizmente não eram mais de meia-dúzia.

Existem métodos alternativos, como enterrar vasos ou potes de cerâmica (não vidrada) ao lado das plantas, ou até mesmo enterrar as garrafas PET pelo gargalo directamente no solo, com as tampas devidamente furadas (mas eu já tentei essa técnica e tive dificuldade em regular a saída de água das garrafas: ou desparecia num instante, ou não saía nada). Pesquisando na net, encontram-se inúmeras soluções e opiniões de quem as testou. É uma questão de investir algum tempo a ver o que resulta melhor para nós. Eu, pessoalmente, se vir mais destes cones em saldos, vou aproveitar.

Entretanto temos uma nova amiguinha. A raposa cujos olhos eu já tinha avistado na noite, tornou-se mais descarada e já veio sentar-se em frente ao nosso portão. Como os nossos cães ficaram loucos e quase saltavam a vedação para ir atrás dela, fizémos por enxotar o bichito, apesar de lhe acharmos graça. Mas agora é comum chegarmos a casa e ela sair das moitas para vir ao estacionamento ver quem chegou. A bichinha pode ser apenas curiosa, mas tenho receio de que possa estar com fome. Apesar de não me ter parecido magra ou doente, a verdade é que devido a vários factores (seca, obras barulhentas na estrada, caçadores nas redondezas) penso haver falta de coelhos e outros bicharocos que lhe sirvam de alimento. Por isso mandei à fava a velha máxima de que não se devem alimentar os animais selvagens e fui deixar alguma ração de cão e água em locais estratégicos por onde ela pode passar.
Não tenciono domesticá-la e torná-la dependente de comida artificial, apenas ajudá-la a passar uma fase mais difícil de forma a ela poder continuar viva e capaz de se alimentar quando encontrar uns coelhinhos por aí aos saltos. Mas se ela me quiser cativar, marcaremos encontro todos os dias à mesma hora :)

 

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